DóLAR PODE SE FORTALECER AINDA MAIS COM RISCOS GEOPOLíTICOS? VEJA NíVEIS TéCNICOS

• Os discursos do Fed e do BCE guiarão a direção do dólar na primeira semana do segundo semestre.
• As eleições francesas podem aumentar a volatilidade do EUR/USD.
• O principal suporte para o DXY é 106, com dados cruciais que podem afetar os preços do ouro.
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Apesar do feriado nos EUA na próxima quinta-feira, os investidores têm uma agenda cheia de eventos para acompanhar na segunda metade do ano. Discursos dos presidentes do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE), além das atas das reuniões desses bancos, serão cruciais para definir os rumos do dólar adiante.

Os resultados das eleições francesas também merecem atenção especial. Com a direita liderando após o primeiro turno, é esperada maior volatilidade no par EUR/USD conforme o segundo turno se aproxima em 7 de julho.

O Reino Unido também realizará eleições esta semana. Dependendo dos resultados, as políticas econômicas desses países podem sofrer alterações, adicionando mais uma camada de incerteza aos mercados.

Vejamos agora os principais níveis de negociação para o dólar, o EUR/USD e o ouro para a próxima semana.

O dólar continua a encontrar suporte no nível 106, mas por quanto tempo isso se sustentará?

Apesar do DXY ter mantido sua tendência em junho, ele enfrentou pressão constante no nível 106. Nesse período, influenciado pela postura cautelosa do Fed em relação às taxas de juros e pelas incertezas do mercado, o índice do dólar subiu 1,17%, recuperando parte das perdas do mês anterior.

Em geral, o DXY segue se movendo na parte inferior da faixa ascendente que vem desde o começo do ano, ignorando a volatilidade pontual para baixo no início de junho.

Tecnicamente, é esperado que o índice do dólar continue sua trajetória ascendente, contanto que se mantenha acima dessa linha de tendência, fazendo do nível atual de 105,5 um ponto de suporte crítico.

Uma quebra abaixo desse patamar poderia levar o DXY para 104 ao longo do mês. Portanto, o discurso de Powell nesta semana, juntamente com os dados de emprego e desemprego que serão divulgados na sexta-feira, são extremamente importantes.

Se Powell adotar um tom mais rigoroso (hawkish) seguido de indicativos de deterioração no mercado de trabalho, o dólar poderia recuar, aumentando as chances de um corte nas taxas em setembro. Caso contrário, o dólar pode fortalecer-se em relação às principais moedas, pressionando ainda mais os mercados de risco.

Ouro em modo de espera

O ouro continua em busca de uma direção clara diante de múltiplos fatores. Recentemente, os preços têm oscilado em torno de US$ 2.330, que se tornou um ponto de pivô importante após uma queda dos máximos de US$ 2.450 em maio.

Embora normalmente um aumento no risco geopolítico global impulsione a demanda por ouro, as recentes ações da Rússia, embora significativas, não alteraram significativamente a tendência dos preços do metal.

Atualmente, as incertezas sobre as futuras decisões de taxa de juros do Federal Reserve influenciam mais diretamente o ouro do que questões geopolíticas.

Tecnicamente, o ouro iniciou a semana negociando em torno de US$ 2.330. Declarações mais moderadas do Fed e dados econômicos dos EUA podem testar a resistência em US$ 2.360. Um fechamento semanal acima deste nível pode desencadear uma nova subida para além dos US$ 2.450 ao longo do mês.

Por outro lado, dados de emprego robustos e comentários mais rigorosos (hawkish) do Fed poderiam pressionar o ouro, possivelmente levando os preços para a marca de US$ 2.260.

Além disso, a zona do euro divulgará dados de inflação na terça-feira, e um resultado moderado poderia reforçar as chances de um segundo corte na taxa de juros pelo Banco Central Europeu. As atas das últimas reuniões do Fed e do BCE, que também serão divulgadas nesta semana, podem adicionar volatilidade ao mercado se apresentarem divergências significativas.

Em resumo, com uma agenda cheia de eventos significativos em julho, os mercados globais enfrentam um período de intensa atividade, dificultando a definição de uma nova direção para o ouro. Portanto, é provável que o preço do ouro continue a oscilar dentro da faixa atual por algum tempo.

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