MELHOR QUE CHERNOBYL? ESTA MINISSéRIE DA NETFLIX é UM RETRATO PRECISO SOBRE UM DOS MAIORES DESASTRES NUCLEARES E NãO RECEBEU A ATENçãO QUE MERECE

Até hoje o acidente na usina Fukushima Daiichi é um dos maiores desastres nucleares desde Chernobyl, em 1986. Provocado por conta do tsunami de 2011 que atingiu a costa do Japão, deixando milhares desabrigados e inúmeros desaparecidos ou mortos, o acidente deixou o mundo em alerta, com a possibilidade do país perder 1/3 de seu território. Em 2019, a HBO lançou a minissérie de sucesso do acidente ocorrido próximo a cidade de Pripyat e quatro anos depois o Japão fez uma baseada nos acontecimentos do próprio país, mas poucos chegaram a notar esse título chegando ao catálogo da Netflix.

A maior usina nuclear do mundo ostenta sete reatores - e está pronta para voltar a operar após desastre de Fukushima

(Reprodução)

Intitulado "Três Dias que Mudaram Tudo", a minissérie de oito episódios segue desde o momento que o terremoto atingiu o país, até a chegada do tsunami, as eventuais explosões nas unidades 1, 3 e 4 e a desativação total do complexo de Fukushima Daiichi.

A série utiliza como base o livro de Ryusho Kadota, "On the Brink: The Inside Story of Fukushima Daiichi", além do Relatório de análise de acidente nuclear de Fukushima, e o "Yoshida Report", um relatório baseado nas entrevistas feitas com o gerente da usina, Masao Yoshida.

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Apesar da minissérie receber o título de "três dias", a história abrange quase uma semana inteira explorando todos os eventos que procederam o tsunami, desde o vazamento de radiação por meio da água até as eventuais explosões e detalhamento das condições dos trabalhadores que permaneceram dentro da Unidade 1. Além disso, a série enfatiza o erro da empresa TEPCO (Companhia de Energia Elétrica de Tóquio) em publicar respostas inconsistentes ao governo e público.

Não só isso, mas a série também aborda outro acidente nuclear no país, ocorrido em 1999 com três trabalhadores da Usina Nuclear de Tokai, no entanto, o mais preocupante foi o de Hisashi Ouchi, exposto a 17 sieverts (mais que o dobro do permitido ao humano*) e mantido vivo por 83 dias em um estado agonizante - que o deixou conhecido como "o homem mais radioativo do mundo". Essa não seria a primeira vez que a Usina de Tokaimura estava envolvida com um acidente nuclear que deixou 37 com traços radioativos, em 1997.

*mais de 7 sieverts é considerado letal ao ser humano

(Reprodução)

No final, a série dá dois pulos de tempo, mostrando os avanços para conter a radiação em Fukushima e as consequências do vazamento na região, flora e fauna, e nos trabalhadores que ainda estão trabalhando no local.

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A minissérie, apesar de ter somente 50% de aprovação no Tomatometer (baseada em oito críticas), ela conseguiu uma aprovação de 74% com a audiência geral, tendo como destaque a fidelidade de representar um acidente nuclear.

"Como engenheiro nuclear não posso dar a esta série menos de 5 estrelas. É de longe a representação mais precisa e realista de um acidente nuclear. A série Chernobyl é provavelmente um produto cinematográfico melhor, com algumas boas reconstruções ambientais e de plantas (orçamento mais alto), mas tem alguns erros terminológicos e físicos embaraçosos. Se você assistir por diversão, por favor, não faça isso. Se você assistir como um documentário histórico preciso, por favor, assista," disse um dos comentários.

Como evidenciado por parte da crítica, Três Dias que Mudaram Tudo não é tão dramatizado quando Chernobyl, que tem cinco episódios, e acaba explicando "até demais" algumas questões científicas e políticas, o que a diferencia da produção de Craig Mazin. No entanto, a minissérie japonesa é um ótimo retrato e uma produção importante para saber dos perigos de acidentes nucleares.

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Três Dias que Mudaram Tudo tem oito episódios e está disponível na Netflix.

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