Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!
Um réptil que viveu há 237 milhões de anos onde hoje fica o Estado do Rio Grande do Sul foi descoberto por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A espécie habitou a Terra antes da era dos dinossauros, que viveram há 230 milhões de anos, segundo os registros paleontológicos.
O animal faz parte do grupo chamado de Gracilissuquideos, que, até a descoberta, não tinha sido registrado em território brasileiro.
“Esse é um grupo de animais que não são diretamente ancestrais de jacarés e crocodilos, mas estão na mesma árvore evolutiva. O interessante é que, ao contrário da espécie descoberta, a maioria dos animais dessa linhagem são animais de grande porte. Alguns chegam a até sete metros de comprimento”, diz Rodrigo Müller, paleontólogo da UFSM, responsável pela condução do estudo.
“A gente não tinha registros de animais carnívoros dessa linhagem tão pequenos”, diz Müller.
O fóssil foi recebido pela UFSM em janeiro deste ano, junto com outros materiais encontrados por Aurélio. Durante o trabalho de remoção do fóssil da rocha, Müller conta que foi surpreendido.
“Dava para notar que havia vértebras dos ossos da coluna. Não estava esperando encontrar também o crânio do animal e isso foi bem legal. Como o crânio estava inteiro, foi possível trazer muita informação a respeito da anatomia do animal.”
Segundo o pesquisador, é bastante incomum encontrar crânios inteiros de espécies que habitaram a Terra há milhões de anos.
Essa é apenas a quarta espécie descoberta de animais do grupo Gracilissuquideos em todo o mundo. Duas foram localizadas onde hoje é a China e uma foi encontrada na Argentina.
“Essa descoberta aumenta a diversidade de animais que nós temos no Brasil, diminui a diferença de fauna entre Brasil e Argentina e aumenta nosso conhecimento em relação ao ecossistema que antecede a origem dos dinossauros”, conclui Müller.
A pesquisa agora vai se debruçar ainda mais sobre o crânio para, com o auxílio de tomografias, responder mais perguntas sobre as características encefálicas do animal.
O estudo foi publicado na revista científica Scientific Reports. Leia aqui o artigo completo.
2024-07-02T19:51:13Z dg43tfdfdgfd