Via Techno-Science
Cientistas da UNIGE descobriram como aumentar a longevidade de células-tronco injetadas na cartilagem para facilitar a regeneração de tecidos danificados pela artrose.
A artrose, uma doença degenerativa da cartilagem que afeta a maioria da população idosa, compromete gravemente a qualidade de vida dos pacientes. Diante dessa patologia ainda pouco estudada, pesquisadores da Universidade de Genebra (UNIGE) exploraram a possibilidade de novos tratamentos terapêuticos através da injeção de células-tronco, até então pouco eficazes devido à morte prematura dessas células.
Os cientistas descobriram que, ao combinar a injeção das células-tronco a uma liberação gradual de glicose, a sobrevivência dessas células era prolongada e permitia estimular a regeneração da cartilagem. Esses resultados preliminares, mas já promissores, foram publicados na revista International Journal of Pharmaceutics e abrem novas perspectivas para terapias regenerativas.
A artrose, que pode surgir a partir dos 40 anos, torna-se mais comum com a idade, afetando 65% da população com mais de 65 anos e 80% da população com mais de 80 anos. Essa condição degenerativa da cartilagem causa atritos que resultam em inflamações, dores, inchaços e rigidez, criando por vezes verdadeiras incapacidades. Ela afeta principalmente as articulações dos joelhos, quadris, coluna vertebral e mãos. Apesar do grande número de pessoas afetadas, relativamente poucas pesquisas são dedicadas a essa doença multifatorial.
Até agora, as pessoas afetadas recebem tratamentos anti-inflamatórios para reduzir a dor ou lubrificantes, como o ácido hialurônico - naturalmente presente no corpo, mas cuja produção diminui com a idade - para limitar os atritos. Nos casos mais severos, a colocação de próteses torna-se necessária.
"O problema é que essas células-tronco, que vêm de outra parte do corpo do paciente (geralmente gordura ou medula óssea), não se encontram em um ambiente ideal para seu crescimento e morrem muito rapidamente, sem ter tempo de liberar uma quantidade suficiente de moléculas com efeitos benéficos sobre as células degeneradas", explica Paula Gonzales-Fernandez, doutoranda no laboratório de Éric Allémann e primeira autora do estudo. "Isso é particularmente verdadeiro para injeções de células-tronco nas articulações, já que esses tecidos não são vascularizados e, portanto, não são fornecidos com nutrientes e oxigênio", continua a pesquisadora.
Os autores do estudo testaram, então, a longevidade das células-tronco com ou sem glicose modificada, em condições de laboratório. Eles constataram que as células-tronco, injetadas em culturas de tecido de cartilagem, sobreviveram mais de três dias na presença de glicose associada ao ácido hialurônico (em comparação com menos de 24 horas na ausência dessa glicose). Esses três dias são suficientes para liberar fatores de crescimento e moléculas ativadoras que promovem a regeneração da cartilagem.
"Esses resultados são muito encorajadores e promissores, mas ainda estão no estágio de culturas celulares em laboratório. Nosso próximo passo é confirmar esses resultados em um modelo animal", indica Éric Allémann. Essa abordagem, que consiste em adicionar um nutriente (a glicose, no caso) ao ácido hialurônico, abre novas perspectivas para terapias com células-tronco em ambientes mal vascularizados e pobres em nutrientes, como as articulações artrosadas, mas também para outras terapias regenerativas.
Fonte: Universidade de Genebra
Via Techno-Science
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