CIENTISTAS ENCONTRAM MICROPLáSTICOS EM óRGãOS REPRODUTORES MASCULINOS

Cientistas fizeram uma descoberta preocupante ao encontrarem microplásticos em órgãos reprodutores masculinos pela primeira vez, conforme estudo publicado na revista científica IJIR: Your Sexual Medicine Journal.

A análise foi realizada em amostras de tecido humano, o que aumentou a preocupação com a proliferação dessas pequenas partículas e seus efeitos na saúde.

Os pesquisadores identificaram sete tipos de microplásticos em quatro das cinco amostras de homens com disfunção erétil, que realizaram implantes penianos na Universidade de Miami.

De acordo com Ranjith Ramsamy, principal autor do estudo, a descoberta não foi uma surpresa devido à alta vascularização do órgão.

Créditos: iSTock/Svetlozar Hristov

Microplásticos encontrados em órgãos reprodutores masculinos

A análise com imagem química revelou a presença de microplásticos, especialmente o tereftalato de polietileno (PET) e polipropileno (PP).

Ramsamy destaca que outras pesquisas serão necessárias para investigar possíveis ligações entre a presença de microplásticos e condições como a disfunção erétil.

O pesquisador espera que o estudo aumente a conscientização sobre a presença de corpos estranhos em órgãos humanos, promovendo mais debates e pesquisas sobre o assunto.

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Outras pesquisas que também identificaram microplásticos em humanos

Pesquisadores chineses recentemente identificaram essas partículas no esperma, conforme publicado na edição de agosto da revista Science of the Total Environment.

Esta descoberta reforça a evidência de que os plásticos podem estar presentes em praticamente todas as partes do organismo.

Em maio, cientistas dos EUA descobriram micropartículas de plástico nos testículos humanos, e outra pesquisa revelou esses poluentes em amostras de placentas.

Partículas de poliestireno (PS) foram as mais abundantes, correspondendo a quase um terço do plástico identificado, além de outros sete polímeros.

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Como esses microplásticos poderiam ter entrado no corpo humano?

Os pesquisadores suspeitam que fragmentos de poliestireno, polietileno e PVC tenham sido ingeridos ou inalados pelos voluntários.

Uma vez na corrente sanguínea, esses fragmentos teriam atravessado a barreira hemato-testicular para as vesículas seminais.

No fluido seminal, os cientistas encontraram espermatozoides nadando ao lado dos fragmentos de plástico, muitos dos quais apresentavam anomalias como caudas curtas, curvadas ou irregulares, dificultando seu movimento adequado.

Como o corpo deveria barrar a entrada dessas substâncias?

A barreira hemato-testicular deveria impedir a entrada de substâncias nocivas, como toxinas, medicamentos, vírus e bactérias, que podem causar danos às células germinativas e comprometer a produção de espermatozoides.

No entanto, a presença de microplásticos nessa área levanta preocupações sobre a integridade dessa barreira.

Embora as observações sejam convincentes, os pesquisadores ressaltam que ainda não está estabelecida uma relação direta de causa e efeito entre a exposição a microplásticos e as anomalias nos espermatozoides.

Ainda assim, o potencial de toxicidade reprodutiva preocupa os cientistas, especialmente diante da queda na contagem de espermatozoides em todo o mundo, frequentemente associada à poluição química.

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