DóLAR TEM 3º DIA DE BAIXA, COM EXTERIOR FAVORáVEL; IBOVESPA CAI, PUXADO PELA VALE

O dólar à vista emplacou nesta terça-feira, 23, a terceira sessão consecutiva de queda ante o real, em mais um dia de ajustes de preços após a disparada das semanas anteriores, em movimento favorecido pela baixa da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1285 na venda, em baixa de 0,80%. Em três dias úteis, a moeda acumulou queda de 2,33%. Em abril, a divisa dos EUA ainda acumula alta de 2,25%. Veja a cotação do dólar hoje.

Enquanto isso, no mercado de ações, o Ibovespa fechou com um recuo discreto, mas distante das mínimas do dia, com Itaú Unibanco (alta de 1,49%) entre os principais suportes positivos, enquanto Vale (queda de 0,87%) e siderúrgicas pressionaram negativamente, com Usiminas desabando cerca de 14% também afetada por perspectivas da empresa para o curto prazo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,34%, a 125.148,07 pontos. Na máxima do dia, chegou a 125.825,7 pontos. Na mínima, pela manhã, marcou 124.310,1 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,2 bilhões .

O pregão brasileiro também foi beneficiado pelo viés positivo das bolsas norte-americanas e variações discretas nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, após dados mostrando arrefecimento no crescimento da atividade empresarial da maior economia do mundo.

Sobe e desce do dólar

No início da sessão o dólar chegou a oscilar no território positivo, recuperando parte do valor ante o real após ter cedido nas duas sessões anteriores. O movimento estava em sintonia com o avanço da moeda norte-americana também no exterior. Na cotação máxima da sessão, às 10h12, o dólar à vista marcou R$ 5,1903 (+0,40%).

A divulgação de números relativamente fracos da economia norte-americana, no entanto, colocou o dólar novamente no território negativo.

A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto de produção dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu de 52,1 em março para 50,9 em abril. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado.

O setor de manufatura entrou em território de contração, com o PMI preliminar caindo de 51,9 para 49,9. Já o índice de serviços recuou de 51,7 para 50,9 em abril.

Após os números, divulgados às 10h45, os rendimentos dos Treasuries perderam força, assim como o dólar ante boa parte das demais divisas.

“O mercado global já havia precificado a economia norte-americana aquecida, esticando muito a piora do cenário, comprando dólar. Como esticou muito, para (a cotação) continuar subindo têm que surgir surpresas de forma recorrente”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

“Mas hoje os PMIs vieram mais fracos que o esperado”, acrescentou Borsoi, ao justificar a continuidade do movimento de correção de baixa do dólar em relação ao real. “Como os preços de mercado esticaram demais, vemos um alívio.”

Isso fez com que o dólar à vista registrasse a cotação mínima de R$ 5,1185 (-0,99%) às 14h48, enquanto no exterior a moeda norte-americana também sustentava perdas firmes ante uma cesta de divisas fortes.

Cenário interno

O noticiário doméstico não trouxe impacto negativo para os mercados nesta terça-feira. A arrecadação federal teve alta real de 7,22% em março ante o mesmo mês do ano anterior, para R$ 190,611 bilhões, conforme a Receita Federal, marcando o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1995.

Já o texto da regulamentação da reforma tributária já foi aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, está em fase de preparação para envio ao Congresso.

“Após uma semana tensa em torno da revisão da meta fiscal, o cenário político local também se mostra um pouco mais calmo com a aproximação entre governo e Congresso”, pontuou Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.

“A expectativa é que o texto da (regulamentação da) reforma (tributária) seja entregue amanhã (quarta-feira), o que pode contribuir para a redução da desconfiança dos investidores sobre o compromisso do governo com as contas públicas”, acrescentou.

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