SAMARA FELIPPO FAZ PRONUNCIAMENTO SOBRE CASO DE RACISMO SOFRIDO PELA FILHA

Nesta segunda-feira, dia 6, a atriz Samara Felippo utilizou as redes sociais para postar o primeiro vídeo sobre o ataque racista que sua filha mais velha sofreu na escola. Como você acompanhou aqui no ESTRELANDO, a adolescente de 14 anos de idade teve páginas de um trabalho arrancadas de seu caderno - e, nas páginas, ainda foram escritas ofensas de cunho racista.

- Eu nunca publiquei vídeo nenhum sobre o caso da minha filha, tampouco fiz sensacionalismo com isso. Eu apenas desabafei inconsolável, indignada, no grupo de pais da escola. Dali vazou e se espalhou. Bom, já não é mais sobre mim, né? A dor está aqui, a dor está na minha filha, mas se tornou um debate inflamado cheio de juízes da internet, julgadores e detentores da razão. Sejamos sensatos: o debate é público e urgente dentro desse caso que aconteceu com a minha filha, mas acontece todos os dias com milhares de crianças e adolescentes pretos, começou a artista.

- Existem muitas camadas e muitas perguntas. Como disse para mim Jaque Conceição: racismo é sobre poder, poder político, poder psíquico, poder sexual, poder militar, poder jurídico, poder estatal, poder afirmar a supremacia branca. Por que será que esse caso tomou tamanha proporção? Será que se fosse uma mãe preta, anônima, ela estaria sendo ouvida. Será que estaríamos levantando esse debate tão efetivamente na internet ou seria mais uma mãe preta sendo invisibilizada e revivendo as dores que ela já sofreu através de seus filhos e nada sendo feito?, disse ao continuar.

- O problema do racismo é nosso, nós, de gente branca. A gente que precisa levantar a voz e trazer soluções para essa merda que o nosso passado causou em primeiro lugar. A gente precisa reconhecer, saber que todo corpo branco é potencialmente racista, reconhecendo o privilégio. Privilégio é eu estar aqui sendo ouvida, enquanto milhares de mães pretas sofrem todos os dias com seus filhos e são caladas. É um privilégio eu entrar numa loja e não ser perseguida; ou não ter a minha bolsa revistada é um privilégio; eu ter mais oportunidades, portas abertas de trabalho de estudo é um privilégio, completou.

Defendendo que os adolescentes que atacaram a filha sejam retirados da escola, justamente para que a filha não conviva com os agressores, Samara também citou essa questão, que gerou muita discussão.

- Nos últimos dias, esse acontecimento com a minha filha se tornou uma grande questão na internet: expulsar ou não expulsar? E não é sobre isso. Expulsar, não ensinar, não adianta nada, mas parece que a palavra expulsão para classe média branca parece muito violenta, muito agressiva. Mudemos para transferência. Por que tanta dúvida em transferir um aluno racista? Eu sigo querendo entender se o que eu sinto é exagero, é extremismo, é violência. Violência foi o que fizeram com a minha filha. Não dá para chamar o que a gente sente de exagero, completou.

Confira o vídeo completo postado pela artista:

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