ENTENDA POR QUE EUROPEUS HESITAM EM ENTREGAR SISTEMAS DE DEFESA ANTIAéREA à UCRâNIA

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reúnem nesta segunda-feira (22) em Luxemburgo para discutir meios de fornecer o que a Ucrânia mais necessita para se defender dos ataques de drones e mísseis russos, que já destruíram 80% das instalações de energia do país, segundo Kiev. 

Os europeus receberam com alívio o pacote de US$ 60,8 bilhões aprovado no fim de semana pelo Congresso americano para ajudar a Ucrânia, mas serão necessárias várias semanas para essa ajuda se materializar, e o Exército ucraniano está praticamente sem defesa aérea.

A situação no fronte de guerra ucraniano irá piorar em meados de maio e início de junho, reconheceu nesta segunda-feira o diretor de inteligência militar da Ucrânia, Kyrylo Budanov. Ele prepara as tropas para um “período difícil” e uma provável nova ofensiva russa.

O jornal Le Monde mostra que os europeus estão divididos sobre o assunto. A Alemanha já entregou dois dos 12 sistemas Patriot que possui e garantiu que em breve fornecerá um terceiro.

O chanceler Olaf Scholz incentiva os aliados europeus a fazerem o mesmo. Mas um diplomata alemão revelou ao Le Monde que Reino Unido, Espanha, Holanda e Polônia, também detentores desse sistema americano Patriot, temem enfraquecer suas respectivas capacidades de defesa e ficar vulneráveis a ataques de Moscou ou da Belarus, aliada do presidente Vladimir Putin. 

Segundo o Le Monde, a França também está sob pressão para ceder mais um exemplar do sistema SAMP/T Mamba, equivalente franco-italiano do Patriot.

Em entrevista recente ao Le Monde, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse que sairia mais barato para os europeus comprar sistemas de defesa antiaérea americanos do que financiar a reconstrução das instalações elétricas que a Rússia bombardeia diariamente na Ucrânia. 

Armas nucleares

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou hoje que o país está "preparado" para receber armas nucleares da Otan em seu território para reforçar a segurança, diante do envio de novas ogivas nucleares russas ao enclave de Kaliningrado e à vizinha Belarus. O Kremlin alertou que a Rússia adotará as medidas "necessárias" para "garantir sua segurança", caso a Polônia receba armas nucleares.

O jornal Les Echos informa que um relatório produzido pelo Center for European Policy Analysis, de Washington, e a Escola de Economia de Kiev estima o dano total infligido pela Rússia à Ucrânia em US$ 154,9 bilhões e o custo da reconstrução em quase US$ 500 bilhões.

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